sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O sucesso das lojas-conceito

Em ambientes que reúnem experimentação e entretenimento, surge um modelo de loja que aposta na influência das marcas no estilo de vida do consumidor. Leia mais aqui

Oportunidade sustentável

Instituto Ethos discute como criar uma economia mais responsável a partir da crise financeira.

Oportunidade é a palavra mais repetida no programa da Conferência Internacional do Instituto Ethos, que ocorre neste mês de junho, em São Paulo. O tema principal do evento é a possibilidade de uma transformação econômica, aberta pela atual crise. O presidente do Instituto Ethos, Ricardo Young, aborda aqui alguns dos assuntos que dominam esse debate.

Será possível aliar retomada pós-crise com o uso responsável dos recursos naturais? É mais fácil olhar para a crise como o fim de um ciclo – e a retomada da economia como o início de um novo. Muitas pessoas já estão olhando para uma recuperação do crescimento ancorada em bases diferentes. É só ver a recente valorização dos serviços prestados pela Natureza, o posicionamento da Inglaterra frente às questões do clima, a postura do presidente Barack Obama no que se refere às energias limpas.

Esse movimento indica a possibilidade de um novo modelo econômico? Qual seria? Diria que ele tem três características fortes: a primeira é a busca pela baixa emissão de gases do efeito estufa; a segunda é a dissociação entre desenvolvimento e crescimento; e a terceira é uma mudança profunda de valores. Há uma consciência clara de que o mercado não dá mais conta – ou melhor, nunca deu – das dimensões social e ambiental.

Como investir em mudanças sem financiamento? Os governos terão de subsidiar? As pessoas me fazem essa pergunta como se fosse um obstáculo imenso, mas não é. Por exemplo: uma empresa diagnostica que existe uma demanda no mercado, mapeia essa demanda, faz o estudo de custo–benefício e coloca o processo produtivo em marcha. Essa é a lógica empresarial. Se as empresas veem que caminhamos para uma economia de baixa emissão de carbono, por que não fazer de acordo com esse princípio? Não custa mais. O melhor da inteligência empresarial não se dá quando a empresa se define pelas tendências de mercado, mas quando se antecipa a elas.

Com a crise, indústrias podem desaparecer. Como o Brasil está nessa corrida? Acho que mal. Não podemos mais apostar no petróleo, coisa que o governo ainda faz. Se continuar com essa visão, o país vai perder em cinco anos a vantagem competitiva que poderia ter na discussão de uma economia verde. Vamos ficar restritos às energias de biomassa e do etanol – e perder a corrida das energias solar, eólica e de correntes marítimas. Ainda é tempo. Mas só se nossa próxima gestão for no estilo Obama, algo que radicalize a posição estratégica do Brasil.



Fonte: Revista Época Negócios (Por Aline Ribeiro)